Eu te enxergaria a distância... e mesmo assim com alguma coisa subentendida.
Eu te veria através, misteriosamente escondido por trás da própria transparência.
Eu te roubaria num beijo, como aqueles beijos que nascem num segundo eterno e morrem antes da eternidade.
Eu te ganharia num toque, como aqueles toques com trilha sonora de fundo, acompanhados de um olhar vindo de baixo para cima.
Mas como as únicas coisas no mundo que não são nossas são as pessoas e como eu não te roubo em um beijo e sequer te ganho num toque, e muito menos te olho nos olhos, me contento em respirar teu perfume, contemplar teu sorriso e sentir teu mistério no espaço entre nós dois.
Silencioso como silencia a morte, encantador como encanta a vida.
Teu sorriso ilumina um mistério regado a não sei o quê. Um fluido de dúvidas e curiosidade, que aumentam mais e mais ao deparar-se com a contradição que são teus olhos.
Suave como um suspiro e suplicante como uma prece.
Apagando os raios solares com as lágrimas e renascendo uma manhã com um coração vazio e fascinante.
Cristal muito mais que lapidado e muito mais brilhante do que o próprio brilho.
Teu olhar é tão triste que chega a doer na alma.
E teu sorriso é tão puro que chega a escorrer no sangue.
Eu ficaria horas só falando de você.
E você lá do outro lado com o coração ocupado em amar um alguém.
Gosto de você.
Gosto de você como se gosta de um fim de tarde de quadro.
Gosto de você como se gosta de um sonho sem fim.
Gosto de você como se gosta de um retrato do céu.
Gosto de você como gosta a brisa dos mares
Gosto de você como a lua gosta do amor.
Fixaram você como tatuagem de luz lá no peito.
Perturbadora e angelical.
Assim é tua índole.
Destruidora e doente.
É o gosto desesperador da tua ausência.
[Thaís SBA]
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