sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Perda

Comecei Lua Nova, tô entorpecida, nocauteada por esta história de amor... Não ía postar nada agora mas...olha esse trecho, 3 meses após Edward ter ido embora e deixado Bella:
"Era a voz dele - eu tinha o cuidado excepcional de não pensar no seu nome -, e fiquei surpresa que o som não me prostasse de joelhos, não me fizesse me enroscar na calçada, torturada pela perda. Mas não havia dor, nenhuma dor.
No instante em que ouvi a voz dele, tudo ficou muito claro. Como se minha cabeça de repente tivesse ido à superfície de um poço escuro. Eu estava mais consciente de tudo - do que via e ouvia, da sensação do ar frio que não percebera soprando cortante em meu rosto, dos cheiros que vinham da porta aberta do bar.
Olhei em volta, chocada.
(...)
Sacudi a cabeça, tentando entender. Eu sabia que ele não estava ali, e, no entanto, senti-o improvavelmente perto, perto pela primeira vez desde...
desde o fim. A raiva em sua voz era preocupação, a mesma raiva que no passado era tão familiar - algo que eu não ouvia fazia tanto tempo que parecia uma vida.
(...)
Mas minha reação não foi nada insana - e fiquei grata. O som de sua voz era algo que eu temia ter perdido e, assim, mais do que qualquer outra sensação, senti-me tomada de gratidão por meu inconsciente ter guardado aquele som melhor do que minha mente consciente.
Eu não podia pensar nele. Isso era a algo que eu tentava me prender. É claro que eu cometia deslizes; Mas estava ficando melhor, e assim a dor era algo que agora eu conseguia evitar durante dias. Para compensar, tinha o torpor interminável. Entre a dor e o nada, eu escolhera o nada.
Agora eu esperava pela dor. Não estava entorpecida - meus sentidos pareciam incomumentes intensos depois de tantos meses de névoa -, mas a dor normal não vinha. A única dor foi a decepção pelo desaparecimento da voz dele.
(...)
Por mais que lutasse para não pensar nele, eu não lutava para esquecê-lo. Eu me preocupava - tarde da noite, quando a exaustão da privação de sono penetrava em minhas defesas - que tudo desaparecesse. Que minha mente fosse uma peneira e eu um dia não conseguisse me lembrar da cor exata de seus olhos, da sensação da sua pele fria ou da textura de sua voz. Eu podia não pensar naquilo, mas queria me lembrar de tudo.
Porque só havia uma coisa em que eu precisava acreditar para poder viver - eu precisava saber que ele existira. Era só. Todo o restante eu poderia suportar. Desde que ele tivesse existido.
(Lua Nova - Stephenie Meyer)



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