quarta-feira, 9 de junho de 2010
não quero saber quantas namoradas
que eu não descobri
silêncios e desvios que não percebi
nem quero saber
sobre aquele fim-de-semana que não te vi
do teu pouco caso com o meu sofrimento
de nenhum movimento a meu favor
de nenhum amor que eu me lembre
não quero saber
quantas mentiras pra me acalmar
quantos mares a navegar sem mim
que fim deram aqueles retratos
se aquele abraço era mesmo assim
não quero saber
quantos meses você me deixou
a delirar e quantos presentes me deu
sem escolher e quantos beijos foram dados
por dar
não quero saber dos requintes
da crueldade nem do momento
fatal
o que não se sabe
não faz mal
[Martha Medeiros in Poesia Reunida]
Marcadores: Martha Medeiros
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