domingo, 16 de outubro de 2011

"O amor assusta porque ao nascer já anuncia: posso acabar. 
Pior: o amor do outro pode acabar. 
Ou nada disso: pode a vida e o dia e as horas serem mais fortes que qualquer impulso, e o que era um-mais-um torna-se um a um. E o que resta é cada um levando como pode o que pulsa em si. 

O amor é ter a perder. Ou não ter nada. 
É tudo e todo o medo e todos os perigos. 
Ou nada e paz. Ou nada. 

O amor que nasce é assustadoramente amor. O amor que segue sozinho é assustadoramente só. Não há meio-termo porque o que o amor quer é coragem, o amor quer entrega, o amor sempre quer. Nem sempre é harmonia, nem sempre delicadeza. Mas sempre amor. Até não mais. E isso demora. 

É maior que nós, o amor. Faz sombra e assusta. Até que se veja dele o seu verdadeiro tamanho. A sombra do amor assusta. Até que se entenda que ela é sombra e só. 

O amor nos pede a escolha: ser do tamanho do medo ou da coragem. 

[Cristiana Guerra]

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