quarta-feira, 29 de abril de 2009

“Quem sabe que conselhos vou inventar… e que atalho acharei para não seguí-los”
(Mario Benedetti)


"Passei a vida toda querendo uma coisa
E fazendo o possível pra não achar isto
Nunca ía nos lugares oonde poderia achar isto
E, de repente fico com a coisa completamente amarrada ao meu pescoço
Você é a maldita coisa
Ou melhor, você é...
Não consigo descrever você
Não escrevo sobre estas coisas.
(...)
Você é uma princesa de conto de fadas
Milhões de caras atrás dela e você é cegado por sua beleza.
Algo bem romântico!
Temos até um cara que a rapta e a leva para a caverna onde fica vigiada por um dragão de cinco cabeças. E a história sobre seu apuro espalha-se pela região e todos os homens querem ver o que aconteceu.
Mas nenhum deles tem coragem de salvá-la, exceto eu.
Eu enfrentaria qualquer coisa por você.
E, mesmo assim, lá estava eu procurando um meio de não ver isto."

(Do filme Uma história de amor)


Foto: Mandy Moore e Billy Crudup 









"Passaste tão depressa!...Em minha vida
às vezes penso que nem fostes minha!
Como a aragem soprando distraída
acendeste uma brasa adormecida
e deixaste-a a queimar-me após, sozinha...
(...)

Teu amor foi apenas um nuance
desmaio de um segundo nos meus braços,
- é inútil que ainda insista e ainda me canse
a procurar em vão nesse ex-romance
a falsa trajetória dos teus passos..."
(J. G. de Araújo Jorge no Poema "Carta Inútil")

terça-feira, 28 de abril de 2009

Desejo

"Se te pareço noturna
e imperfeita
Olha-me de novo.
Porque esta noite
Olhei-me a mim,
como se tu me olhasses
E era como se a água
Desejasse..."

(Hilda Hilst)

Separaram-se


"E eles quedam mordidos para sempre.
Deixaram de existir mas o existido
continua a doer eternamente."


(Carlos Drummond de Andrade)

Em ti


"A tua beleza submerge-me, submerge o mais fundo de mim.E quando a tua beleza me queima, dissolvo-me como nunca, perante um homem,me dissolvera. De entre os homens eu era diferente, era eu própria, mas em ti vejo parte de mim que és tu. Sinto-te em mim.Sinto a minha própria voz tornar-se mais grave como se te tivesse bebido, como se cada parcela da nossa semelhança estivesse soldada pelo fogo e a fissura não fosse detectável"


(Anaïs Nin in A Casa Do Incesto)

“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los.
[...]
Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”

(Clarice Linspector)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

E agora sem você


"... agora que a tua linha paralela à minha vai ficar ainda mais distante não vou ter ninguem mais pra me dar uma margarida de repente, pra não dizer nada pra me encontrar no fim da rua, mas tudo isso está morto, então volto ás hortencias e vejo as encostas cobertas de borboletas azuis, amarelas , cor de rosa..."

(Caio Fernando Abreu)

domingo, 26 de abril de 2009

A ti

"Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas
que enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei"...

(Mario Quitana)

“Amar é como subir uma escada. Cada vez que você progride no amor é como se subisse um degrau daquela escada. E o mais bonito é que quando a gente ama, a gente faz subir aquele que está ao nosso lado, que é a criatura amada, porque não há como você fazer a experiência do amor se não for pra fazer a experiência da promoção do que o outro é.
E às vezes a gente desiste tão facilmente dessa escada.
Por que deixar de amar é como você descer, é como você regredir na subida da escada, e às vezes por preguiça, por comodidade a gente pára no degrau e a gente se acostuma com aquele tipo de amor que nunca evolui dentro de nós. Seremos homens e mulheres de amor único. Nunca mais. Nunca alterado, nunca modificado, porque a gente se acostumou a amar só aquele tanto.
Mas eis que de repente a luz de Deus pode tomar conta de nós e a gente descobre que desistir não é o melhor caminho, que o bom é a gente segurar na mão de quem a gente ama e juntos a gente subir essa escada que o amor nos fornece, que o amor nos entrega.
É fácil. Desistir não requer absolutamente nada da alma, continuar sim.”



Eu sei que é difícil esperar
Mas Deus tem um tempo para agir e pra curar
Só é preciso confiar
Se a cruz lhe pesa
Não é para se entregar
Mas pra se aprender a amar
Como alguém que não desiste
A dor faz parte do cultivo desta fé
E só sabe o que se quer
Quem luta para conseguir
Ser feliz
Não desista do amor, não desista de amar
Não se entregue a dor, porque ela um dia vai passar
Se a cruz lhe pesou e quer se entregar
Tal como o Cirineu, Cristo vai lhe ajudar


(Pe. Fábio de Melo in Palestra no Hallel-CN, pela Canção Nova)

Despedida


Nunca se sabe onde está uma despedida. Até no afã do até logo pode esconder-se um nunca mais. Na frase infeliz, na simples conversa, algo pode estar morrendo, do amor ou da amizade. Há despedidas que não são patentes. Não se lhes percebe o estalo do afastamento, que pode estar no instante de mau humor, na resposta infeliz, na alegria que não se repete ou na palavra que deixamos de dar e receber. Às vezes, está na palavra que dizemos. Nem sempre as pessoas se separam: esgarçam-se às vezes. Viver esgarça. É algo que se afasta sem romper completamente. Também no que esgarça pode haver despedida pois, embora não haja perda de matéria, nunca mais será como antes. Despedir-se é sutil, nem sempre aparece. Seres em mutação, vivemos a mudar sem saber. Na mudança, transforma-se em recordação o que antes era união e vontade, amizade ou convivência. Tudo faz-se retrato, álbum, caderno, poema, carta, saudade ou memória. A despedida não é por querer: acontece a despeito. Um simples "até já" pode conter inimagináveis nuncas. Ou sempres. Maravilhosa e cruel a vida! Tudo pode acontecer. As ligações, salvo poucas, fazem-se precárias e falíveis. Nosso destino é preso a acontecimentos semicontroláveis. Ou impulsos, cansaços, e as discordâncias, são imprevisíveis. E geram despedidas antes insuperáveis. Ninguém sabe de quem se afastará. Nem quais as amizades e amores de toda a vida, nada obstante existam. Raros captam a dor que estala em cada hipótese de despedida. Separar-se contém sempre a hipótese da despedida. Por isso, uma dor sempre se infiltra em cada afastamento. Algo se assusta, escondido em tudo o que se separa. Ainda que para ir ali pertinho e logo voltar.


(Artur da Távola in Despedida)

O amor


"Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda ciência
herdada, ouvida.
Amor começa tarde".

(Carlos Drummond de Andrade)

Amar e ser amado

"Ser amado é consumir-se na chama.
Amar, é luzir com luz que não se apaga.
ser amado, é passar.
Amar, é permanecer."
(Rainer Maria Rilke)

Sem ti

"Hoje, falho de ti,
sou dois a sós."
(Fernando Pessoa)

"Deus cuida de nós. O seu agir em sempre é barulhento como o mar bravio. Há muito mistério em seu silêncio e muita sabedoria no que Ele faz. Não temer é confiar totalmente em Deus, pois Ele nunca falha.
As tempestades não duram para sempre. As noites turbulentas, certamente, transforma-se em seguras manhãs. Os ventos contrários, por mais violentos que sejam, nçao demoram muito e cedem lugar as suaves brisas. É só saber esperar, persistir e lutar contra as águas revoltas, confiando no único timoneiro capaz de repreender os ventos, acalmar os mares e nos conduzir, a um porto seguro - Deus.
Ele é maior que todas as forças que se levantam contra nós. Por isso, com Deus, nada temer."
(Estevam Fernandes in "Tudo Passa", publicado no Jornal Correio da Paraíba dia 26/04/09)

Eu não esqueci


"Fui o alvo perfeito
muitas vezes atingido

(...)
Me deixei enganar
e até me levar por você
Eu sei quanta trizteza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor

Eu sei o coração perdoa
mas não esquece à toa
e eu não esqueci
(...)

Eu sei
Que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes

Eu sei
Que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não esqueci"

(Roberto Carlos)
Foto: Sarah Michelle Gellar in Buffy, a Caça-Vampiros, 4ª Temporada

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Voltar


"eu voltava ao ponto, em que era necessário um esforço muito grande, era preciso um esforço tão terrível que precisei sorrir mais sozinho e inventar mais um pouco, aquecendo meu segredo, e dei alguns passos, mas como se faz? me perguntei, como se faz isso de colocar um pé após o outro..."

(Caio Fernando Abreu in Além do ponto)

Sincera demais


"o que me prejudica
é essa mania de dizer a verdade
quando deveria mentir
e fingir que estou à vontade
quando na verdade machuca"

(Martha Medeiros in cartas extraviadas e outros poemas)

Periférico













Eu não queria colocar o texto todo, apenas algumas partes, mas ele é tão perfeitamente triste, que tudo tina de ser exposto aqui.


"Pareço um sapo cego dando uma linguada no ar, não vejo o inseto, mas sei que ele está lá. Molho o ar na espera de lamber sua coxa, a pele com menos pêlos atrás do seu joelho. Lamber sua virilha, sentir seu cheiro, brincar com seu umbigo perfeito e boquiaberto por causa da barriguinha. Quem sabe descobrir alguma sujeirinha ali no umbigo, um resto de algodão, um resto de salgadinho vagabundo, um resto de prazer. Eu te amava depois do banho, eu te amava indo trabalhar sujo de mim, eu te amava humano e eu te amava, sobretudo, alienígena e com sono de sentir a vida. Sinto saudades de respirar o mais profundo possível, como já escrevi antes, perto de sua nuca. E descobrir novidades sem nome e sem solução. Sinto saudades de me perder tentando entender de que tanto você sorria, de que tanto você brilhava, de que tanto você se perdia e se escondia. Peço licença ao meu ódio tão feio e tão infinito para te amar só mais uma vez. Quero te amar sozinha aqui, na minha casa nova, em minha quase nova vida. Quero esquecer todo o nada que você representa e dar contorno aos desenhos que não saem da minha cabeça. Nunca entendi seu coração, nunca entendi seus olhos, nunca entendi suas pernas, mas só por hoje queria poder lamber sua fumaça para que ela permanecesse mais, pesasse mais. É libertador esquecer meu desejo de vingança, a vontade que tenho de explodir sua vida, o vício que tenho de passar mil vezes por dia, em pensamento, ao seu lado. E pisar em cima da sua inexistência e liberdade. Chega disso, só pelo tempo em que durarem estas letras e a música que coloco para reviver você, vou te amar mais esta vez. Vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo às vezes, como se não te amasse sempre. Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como podia ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava. Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo. Ainda assim, há meses, há séculos que se arrastam deixando tudo adulto demais, morto demais, simples demais, exato e triste demais, eu sinto sua falta com se tivesse perdido meu braço direito. Esse amor periférico, ainda que não me deixe descoberto o peito, me descobre os buracos. Não são de suas palavras que sinto falta. Não é da sua voz meio burralda e do seu bocejo alto demais para me calar e me implorar menos sentimentos. Não é, tampouco, do seu abraço. Sua presença sempre deixou lacunas e friagens que zumbiam macabramente entre tantas frestas sem encaixe.Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existe morte para o que nunca nasceu.Sinto falta mesmo, para maior desespero e inconformismo do meu coração metido a profundo, de lamber suas coxas, a pele mais lisa atrás dos joelhos. Lamber sua virilha, sentir seu cheiro, brincar com seu umbigo, respirar sua nuca, engolir sua simplicidade, me rasgar com sua banalidade, calar sua estupidez, respirar seu ronco, tocar sua inexistência, espirrar com sua fumaça. Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo. Simplesmente isso. Você, uma pessoa sem poesia, sem dor, sem assunto para agüentar o silêncio, sem alma para agüentar apenas a nossa presença, sem tempo para que o tempo parasse. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza. Sinto falta da raiva, disfarçada em desprezo, que você tinha em nunca me fazer feliz, sinto falta da certeza de que tudo estava errado, mas do corpo sem forças para fugir, sinto falta do cheiro de morte que carregávamos enquanto ainda era possível velar seu corpo ao meu lado, sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinta falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, de não dar conta, de não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter.Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria."


(Tati Bernardi in Periférico)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Amar com coragem


"Qualquer coisa é admitida, menos que não ame com coragem.
Amar com coragem não é viver com coragem. É bem mais do que estar aí. Amar com coragem não é questão de estilo, de gosto, de opinião. Não se adquire com a família, surge de uma decisão solitária. Amar com coragem é caráter. Vem de uma obstinação que supera a lealdade. Vem de uma incompetência de ser diferente.
Amar para valer, para dar torcicolo. Não encontrar uma desculpa ou um pretexto para se adaptar, para fugir, para não nadar até o começo do corpo. Não usar atenuantes como "estou confuso". Não se diminuir com a insegurança, mas se aumentar com a insegurança. Não se retrair perante os pais. Não desmarcar um amor pela amizade. Não esquecer de comentar pelo receio de ser incompreendido. Não esquecer de repetir pela ânsia da claridade. Amar como se não houvesse tempo de amar. Amar esquisito, de lado, ainda amar. Amar atrasado, com a respiração antecipando o beijo. Amar com fúria, com o recalque de não ter sido assim antes. Amar decidido, obcecado, como quem troca de identidade e parte a um longo exílio. Amar como quem volta de um longo exílio. Amar com sofreguidão, não adiando o que é véspera. Amar não disfarçando as mãos, amar com os fantoches das mangas. Amar como uma canoa engatinha na margem, árvore deitada de bruços. Amar quase que por desforra, por bebedeira, amar sem dizer por que ama. Amar desavisado, com vírgula entre o sujeito e o verbo. Amar desatinado, pressionando a amar mais, a amar mais do que é possível lembrar.


Amar com coragem, só isso."
(Fabrício Carpinejar in Só isso)

Do Desejo


"E por que haverias de querer minha alma

Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro.
E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo.
Obriga-me."
(Hilda Hist in Do Desejo - 1992)

Foto: Diane Kruger

Olhos verdes

"Eles verdes são:
E têm por usança,
Na cor esperança
E nas obras não."


(Camões, Rimas)

Um lutador

"Artur recuou para longe do cadáver. Depois girou seguindo o caminho do sol para olhar o rosto de cada homem em volta do círculo. O rosto do próprio Artur estava duro como pedra. Não havia um fiapo de gentileza ali, só o rosto de um lutador em triunfo. Era um rosto terrível, seu maxilar grande trincado num ricto de ódio, de modo que aqueles de nós que só conheciam Artur como como um homem dolorosamente pensativo ficaram chocados com a mudança."

(Bernard Cornwell in O rei do inverno)

Travessia

Ainda que o caminho seja longo, dele não desisto. Insisto na visão antecipada de seus vislumbres para que o mar não me assuste na hora da travessia. Aquele que sabe antecipar o sabor da vitória, pela força de seu muito querer, certamente terá mais facilidade de enfrentar o momento da luta.
(...)
O importante é saber, que em algum lugar deste grande mar de ameaças, de alguma forma estamos em travessia...
(Pe. Fábio de Melo)


Meu contador de visitas infelizmente foi zerado, o outro teve um problema e tive que tirar, pois não estava funcionando corretamente...

Bem, já foi mais de um ano de blog e o contador recomeçou.
Infelizmente, mas é isso...



Livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.

(Pe. Antonio Vieira)

Recomeçar


"Não há amor perdido, nem se fingem milagres
Não reparto o destino que me expia em saudades...
E o grito ecoa profundo;
"Quero o meu mundo!"
O assalto recomeça, o espelho fascina
Sigo encoberto, o quebranto domina...
Mas a vida desalinha!
Sepulto a ruína, ressurjo em apreço,
E de novo, recomeço.
Só quem se arrisca a ir longe demais
descobre o quão longe se pode ir. "

(T.S.ELIOT)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Amigos


"Nós sempre precisamos de amigos; gente que seja capaz de nos indicar direções, despertar o que temos de melhor e ajudar a retirar os excessos que nos tornam pesados. É bom ter amigos. Eles são pontes que nos fazem chegar aos lugares mais distantes de nós mesmos."

(Pe. Fábio de Melo)

Eu


"Sou composta por urgências:
minhas alegrias são intensas;
minhas tristezas, absolutas.
Me entupo de ausências,
me esvazio de excessos.
Eu não caibo no estreito,
eu só vivo nos extremos."

(Clarice Linspector)

Ferida aberta


Dói, um pouco. Não mais uma ferida recente, apenas um pequeno espinho de rosa, coisa assim, que você tenta arrancar da palma da mão com a ponta de uma agulha. Mas, se você não consegue extirpá-lo, o pequeno espinho pode deixar de ser uma pequena dor para transformar-se numa grande chaga.


(Caio F. Abreu in “Os Dragões não Conhecem o paraíso”)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

se for embora


♪ Se o destino
Não se encarregar
Da gente se ver
Eu preciso te falar... ♪

♪ Se for embora
Leve um sorriso meu
Guardado no teu peito
Teu coração agora é meu
Mas se fica
Ganha um beijo meu
Com sabor de alegria
É um presente
Que Deus me deu... ♪

(Chimarruts in "Se for embora" - Foto do filme "Antes do Pôr-do-sol")

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Você precisa ir

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".

(Amyr Klink)

terça-feira, 14 de abril de 2009


Quando não estás aqui
Sinto falta de mim mesmo
E sinto falta do meu corpo junto ao teu

(...)

Quando não estás aqui
Sinto falta de mim mesmo
E sinto falta do meu corpo junto ao teu

(...)

E já me acostumei com a tua voz
Quando estou contigo estou em paz
Quando não estás aqui
Meu espírito se perde, voa longe

(Sete Cidades - Legião Urbana
Composição: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá)




segunda-feira, 13 de abril de 2009

As estradas

"As estradas não param. Para longe, que vão.
Vão, sem se mover
cansar.
Permanentemente vão;
Quem quiser que vai com elas, usa tudo o que é delas
Porque são boas, tão boas, tão amigas
Que ajudam a quem quiser correr,
A quem quiser simplesmente andar,
Ou, tropegamente, caminha apenas..."
(Joaquim Cardoso in As estradas e as Pontes do livro Poesias Completas)

Gosto de você


"Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing. Gostar aos poucos, gostar analisando, gostar duas vezes por semana, gostar até as duas e dezoito. Cansei de gente que gosta como pensa que é certo gostar. Gostar é essa besta desenfreada mesmo. E não tem pensar. E arrepia o corpo inteiro, mas você não sabe se é defesa para recuar ou atacar. Eu eu gosto de você porque gostar não faz sentido..."


(Tati Bernardi)

Demore na dúvida


"É preciso amadurecer a dúvida.
Nem sempre a resposta está pronta.
Há uma beleza na dúvida que vale a pena de ser apreciada.
Forjar a resposta antes do tempo é a mesma coisa que colher frutos verdes...
Demore na dúvida...
E descubra a sabedoria que insiste em se esconder na ausência de palavras."


(Pe. Fábio de Melo)

Meu segredo


"É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade."


(Clarice Lispector)

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