Se me é negado o amor, por que, então, amanhece;
por que sussurra o vento do sul entre as folhas recém nascidas?
Se me é negado o amor, por que, então,
A noite entristece com nostálgico silêncio as estrelas?
E por que este desatinado coração continua,
Esperançado e louco, olhando o mar infinito?
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Marcadores: Fabricio Carpinejar
Não conheço strip-tease mais sedutor."
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Marcadores: Autores Diversos
Marcadores: Xico Sá
O mais obviamente sexy possível.
Tinha conjuntos de lingerie matadores: um cor de pérola, um verde mato e um vermelho cereja. Tinha um tamanquinho de salto com plumas rosas, também, cara de puta chique. Só usava em datas especiais, assim como o corpete preto estilo dançarina do Moulin Rouge. Maior xodó. Seu sonho, aliás, era colocar um trapézio no meio do quarto para se fingir de Satine.
Tudo para ele.
Ela tomou aulas de dança do ventre.
Frequentou uma academia de flamenco. Pediu até para uma amiga que ia de férias para Espanha lhe trazer um par de castanholas.
Aí fez um curso de streap-tease on line. Estudou tango. Charlestone. Lap-dance. Poli-dance.
Tudo, tudinho para ele.
Ele?
Gostava, né. Se sentia todo especial quando ela armava uma produção dessas. E de surpresa, ainda, nossa, loucura total! Mas, mesmo cuidando para não parecer desfeita, ficava esperando que tudo chegasse ao fim para poder se enrolar com ela num cobertor, de onde pretendia não sair até a manhã seguinte.
Fato é que ela nunca prestou muita atenção no que ele achava. Vício é vício e o dela era ser sexy. Tanto que quando ele vinha, ela escondia, no fundo do guarda-roupa, a manta velha e cheia de bolinhas que atrapalhava a sua performance. E não é que mesmo assim ele a encontrava? E os dois acabavam sempre enrolados nela, maculando a cama de lençóis de seda perfumados que ela tinha selecionado especialmente para aquela noite de prazer.
Um dia, apesar de todas as plumas, de todas as transparências, de todas as rendas e cetins; apesar da música árabe e da produção com cara de mil e uma noites; apesar do arranjo da melodia japonesa e do seu belíssimo quimono de gueixa naquela noite regada a sakê; apesar do livro do Kamasutra na cabeceira, dos óleos, das massagens eróticas, das ostras e dos morangos com champanhe... Um dia, o relacionamento acabou. E foi num dia qualquer, sem produção nenhuma, na padaria, em frente a um pão na chapa e a um pingado.
Então ela maldisse todas as quinquilharias étnicas do seu guarda-roupa, todas as apostilas xerocopiadas dos cursos de sexo tântrico, todas as receitas de poções afrodisíacas e todos os endereços das melhores lojas de lingerie de São Paulo. Não precisava mais daquilo, daquele maço de canela em pau que não servia nem pra quentão, daquelas pétalas de rosas ressecadas que de bálsamo para banhos excitantes só serviriam pra juntar mofo, daquela porcaria daqueles conjuntos matadores que ela não usaria com mais ninguém, nunca mais, porque então ela odiava todos os homens do planeta.
Vestia suas calcinhas de algodão, sua camisola de flanela, sua pantufa do Garfield, tomava uma canja de galinha para levantar o espírito e se enrolava no cobertor velho. Era assim que ela pretendia viver sem ele: de pijama. E lá ela ficaria até o mundo acabar. Estava cansada, muito cansada de ter sido tão sexy à toa.
Ele, depois de um tempo, já não se recordava muito bem daquelas noites customizadas nas quais ela se transformava numa criatura quase inventada. Ele se esqueceu da gueixa e mal se lembrava do dia dos namorados ao lado da “odalisca”.
Se lembrava, sim, daquelas poucas coisas deliciosamente imperfeitas sobre ela. Do nariz vermelho quando a rinite atacava - e ela espirrava dezessete vezes seguidas. Daquela madrugada fria, quando ele chegou de viagem e ela abriu a porta do apartamento com uma camiseta da “Hard Rock – Orlando” que deveria ter no mínimo dezesseis anos, das meias de lã alaranjada de elástico frouxo e de uma calcinha de algodão cor de rosa que ela só usava “naqueles dias” – durante os quais, aliás, ele não era bem-vindo. Ah, e o cheiro do xampu no seu cabelo ainda úmido? Ela escovando os dentes. Ela com soluço. Ela fazendo uma baliza. Ela varrendo um copo quebrado. Era dessas coisas prosaicas que sua memória se alimentava. Era uma memória nua, do tipo que ele gostaria de poder enrolar num cobertor.
Não era uma memória de seda, nem de cetim, nem de plumas, nem de véus.
Era uma memória básica, de algodão. Tão simples e tão sincera quanto uma Hering velha que ele havia deixado para sempre em uma gaveta na casa dela.
Gaveta, aliás, onde ela guardava seus conjuntos de lingerie.
Aqueles matadores, perfeitos e esquecíveis.
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Marcadores: By Flor
Marcadores: Autores Diversos
Dei pra pensar que tudo que há de mais vivo em mim foi aquilo que já se foi.
As pessoas mais importantes foram as que ficaram."
Marcadores: Martha Medeiros
Como está a nossa capacidade de amar? Uma coisa é amar por necessidade e outra é amar por valor. Amar por necessidade é querer sempre que o outro seja o que você quer. Amar por valor é amar o outro como ele é, quando ele não tem mais nada a oferecer, quando ele é um inútil e por isso você o ama tanto. Na hora que forem embora as suas utilidade, você vai saber o quanto é amado. Tudo vai ser perdido, só espero que você não se perca. Enquanto você não se perder de si mesmo você será amado, pois o que você é significa muito mais do que você faz.
Marcadores: Pe. Fábio de Melo
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Marcadores: Autores Diversos, Citações
O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo de água e bebesse.
-'Qual é o gosto?' - perguntou o Mestre.
-Ruim' - disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago. Então o velho disse:
-'Beba um pouco dessa água'.Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
-'Qual é o gosto?'
-'Bom!disse o rapaz.
-'Você sente o gosto do sal?' perguntou o Mestre.
-'Não disse o jovem.
Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse
-'A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde
a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é
aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta.
É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu. Em outras palavras:
É deixar de Ser copo, para tornar-se um Lago.
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Marcadores: Caio Fernando Abreu, Gossip Girl, Imagens de famosos
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Marcadores: Annie Leibovitz, Imagens de famosos, Tati Bernardi
"Ele te provoca pra mostrar que é melhor que eu
Joga todo charme que puder pra ver se me venceu
Olha pra você com aquele olhar jeito de quem vai te amar
Mais do que eu, mais do que eu
Ele sempre chega nos lugares que você está
Quer aparecer de qualquer jeito pra você notar
Pra quem sabe ler um pingo é letra e eu posso decifrar
Seu jogo de amor também sei jogar
Quando o telefone toca você já não quer atender
Pode ser ele do outro lado pra falar com você
Não sou eu
Acho que é melhor você contar pra ele de uma vez
Que esse amor é todo meu eu não divido por três
Sou eu, sou eu
Sou eu quem faz amor com você a noite
Sou eu quem dá a vida se preciso for
Faz ele ver que o seu grande amor
Sou eu, sou eu, sou eu, sou eu, sou eu"
[Bruno e Marrone in Sou eu]
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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
"Doem tantos os sorrisos
É tão difícil respirar
É que não ter você aqui já me faz mal
Continua me rodeando a sua sombra
E continuam rodando por aí
Todas as palavras que falamos
E os beijos que nos demos
Como sempre, hoje estou
Pensando em você"
[Shakira in Sombra de ti]
Marcadores: Músicas
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Marcadores: Pe. Fábio de Melo
Pode-se admirar um homem sem amá-lo. Mas não amar um homem sem admirá-lo.
[Fabrício Carpinejar in Nada mais bonito que um casal admirando-se]
Foto: Wall-e e Eve
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Com quem você estiver não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Mesmo que exista outro amor que te faça feliz
Se resta, em sua lembrança, um pouco do muito que eu te quis
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Quando você se lembrar não se esqueça que eu
Que eu não consigo apagar você da minha vida
Onde você estiver não se esqueça de mim
[Nana Caymmi in Elas catam Roberto - Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos]
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
na minha lembrança ides
na minha cabeça
valeisa minha esperança."
Marcadores: Cecília Meirelles
Todas as vezes que te vi, eu sempre me apaixonei por você."
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Não é impossível não consigo viver sem você, volte e venha ver, tudo em mim mudou
Venha me dizer sorrindo que você brincou e que ainda é meu, só meu o seu amor
Sinto-me perdido no vazio que você deixou, nada quero ser, já nem sei quem sou"
Marcadores: Músicas
E você também
Me permita ser o seu espelho esta noite
E cantar em mim o teu encanto
Tua estranheza e teu espanto
Como quem sabe no fundo
Que não há distância neste mundo
Pois somos uma só alma
Me permita ser esta noite
A voz que te canta e te encanta
de si
Que te faz sentir-se e parar
Como quem volta pra casa e
resolve se amar
Somos livres e não possuímos
as pessoas
Temos apenas o amor por elas
e nada mais
E é preciso ter coragem para
ser o que somos sustentar
uma chama no corpo sem deixar
a luz se apagar
É preciso recomeçar no caminho
que vai para dentro
vencendo o medo imaginado
assegurar-se no inesperado
confiando no invisível
desprezando o perecível
na busca de si mesmo
Ser o capitão da nau
no mais terrível vendaval
na conquista de um novo mundo
mergulhar bem fundo
para encontrar nosso ser real
E rir pois tudo é brincadeira
Que cada drama é só nosso
modo de ver
A vida só está nos mostrando
Aquilo que estamos criando
Com nosso poder de crer
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sábado, 6 de fevereiro de 2010
Mas vai ser impossível não lembrar
Vou estar em tudo em que você vê:
Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Eu vou estar
Eu não vou pro céu também
Eu não sou tão bom assim
E mesmo quando encontrar alguém
Você ainda vai ver a mim;
Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Embaixo da cama
Nos carros passando
No verde da grama
Na chuva chegando
Eu vou voltar;
Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Eu vou estar, eu vou estar...
[Capital Inicial - Composição: Dinho Ouro Preto / Alvin L.]
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
[Caio Fernando Abreu]
Marcadores: Caio Fernando Abreu
[Machado de Assis in Ressurreição , p117]
Marcadores: Machado de Assis
"…o melhor amor é aquele que acorda a alma e nos faz querer mais,
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno, não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho.
Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu, não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Coca-cola, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua surfando, se ela continua lhe amando. Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ele esta com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela esta mais magra, se ele esta mais belo.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
[Tati Bernardi]
- Keira Knightley -
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Não, o melhor é não falares, não explicares coisa alguma. Tudo agora está suspenso. Nada agüenta mais nada. E sabe Deus o que é que desencadeia as catástrofes, o que é que derruba um castelo de cartas! Não se sabe… Umas vezes passa uma avalanche e não morre uma mosca… Outras vezes senta uma mosca e desaba uma cidade.[Mário Quintana in “Sapato florido”]
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Como pude cair assim nesse fundo poço? Quando foi que me desequilibrei? Não quero me afogar: Quero beber tua água. Não te negues, minha sede é clara."
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
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