sexta-feira, 29 de maio de 2009

a felicidade

"A felicidade mora num mundo pequeno seu e não naquele grande que faz você se perder demais. A felicidade é simples, e quando você descobre isso ela deixa de ser uma espera e passa a ser um minuto, um segundo. E é de minutos e segundos que se faz a vida. E aí você perde menos tempo esperando e mais tempo vivendo. Entre o piegas e o chavão, é assim que ando por aí vivendo a vida intensamente sem esperar momentos intensos. Você já tentou? Já tentou não imaginar a sua felicidade na outra festa que você estaria se não estivesse nessa e encontrar a sua felicidade onde você está? Tente, pode ser numa música boba, pode ser num amigo que você não via há muito tempo. Pode ser morrendo de rir de uma noite mico, por que não? Eu sempre esperei viver uma história de cinema, ouvir cantadas de filme francês, ganhar salário de estrela, ter amigos de sitcom, corpo de capa de revista e enterro de celebridade. Ai eu lembrei que os filmes de que eu mais gosto são aqueles despretenciosos que contam a história de uma pessoa idiota como eu." (Tati Bernardi in Ela existe)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Início do novo contador....

terça-feira, 26 de maio de 2009

Amor Perfeito

Namoros e romances interrompidos provocam uma irritante pergunta anos depois: como seria a minha vida se estivéssemos juntos? Novos relacionamentos não apagam a lembrança interrogativa. A marca. O número do telefone na agenda. A ausência de uma última chance. A esperança de um encontro acidental. Um desejo pela metade ainda é um desejo inteiro. O amor não se encerra, se abandona. Amor com dedicação dos dois, e dedicação é compreensão, não pode dar errado. O que dá errado é o medo da responsabilidade, que gera cobrança. Quanto maior a chance de vingar o amor, mais se cria um jeito de interrompê-lo. São detalhes bobos e tremendamente ridículos que costumam separar. Um pouco de esforço, um pouco de paciência e nada teria acontecido. O orgulho é um péssimo confidente e não deixa voltar atrás.

Amor não é fácil. O que é forte perturba, não acalma. Não conversei até esse momento com nenhum apaixonado com a cabeça no lugar. Todos estão sem cabeça e uma boca imensa a murmurar sozinha. Assim como os separados têm suas razões e concordo com ambos os lados. Mas por que os separados tem tanta necessidade de explicar o fim do namoro ou do casamento? A gente só explica o que não conseguiu entender. Minha culpa é explicativa, minha confiança é lacônica. O amor que tinha tudo para ser ideal e não foi sofre do "passado do umbigo". O passado do umbigo é acreditar que a época mais feliz já aconteceu entre os dois e não há maneira de repeti-la. Concordo: não há como repeti-la. Só que o passado do umbigo não permite que a felicidade cresça de outra forma, diferente da circunstância anterior. A mínima mudança de repertório e ambos ficam chateados. Não percebem que mudaram de emprego, mudaram de idéias, mudaram de rotina. E por que não podem mudar a forma de amar? Termina-se prisioneiro do início da relação e não se busca amadurecer a diferença, e sim insistir, em grau da chatice máxima, com a semelhança (meu otimismo diz que sou muitos mesmo quando estou sozinho; um de mim deve prestar).
Outro sintoma que enfraquece o amor é a aparência diante dos colegas e conhecidos. Na hora que o par escuta: "vocês fazem um casal perfeito", cuidado, esse elogio é perigoso e apressa o vinho. Os dois são tratados como casados ainda que namorando. "O que queremos?" assume a condição deturpada de "o que eles vão pensar?". O casal passa a viver mais para fora do que para dentro de casa. A expectativa dos outros contamina a pureza do trato, do convívio, a solidão de raríssimas estrelas e terra escura. Namorar assume o despropósito de desfilar. Há tanta gente metendo bedelho na história que o par não consegue escutar suas vozes e vontades. Casal perfeito é o que se separou alguma vez para voltar mais sereno e apaixonado.


(Fabrício Carpinejar)

Ilusão perfeita

"Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo.
Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho.
Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro.
Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor.
O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós.
Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto.
E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios - que importa?"

(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Kelzinha's Place

domingo, 24 de maio de 2009

Em busca do amor

"O amor é sempre novo. Não importa que amemos uma, duas, dez vezes na vida - sempre estamos diante de uma situação que não conhecemos. O amor pode nos levar ao inferno ou ao paraíso, mas sempre nos leva a algum lugar. É preciso aceitá-lo, porque ele é o alimento de nossa existência. Se nos recusamos, morreremos de fome, vendo os galhos da árvore da vida carregado, sem coragem de estender a mão e colher os frutos. É preciso buscar o amor onde estiver, mesmo que isso signifique horas, dias, semanas de decepção e tristeza.Porque, no momento em que partimos em busca do amor, ele também parte ao nosso encontro.
E nos salva."
(Paulo Coelho in Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei)

Eu quero...

"É o seguinte: deve haver uma palavra que, uma vez dita, muda o mundo... parece que tem um rio no meio de nós dois... e eu falo e não tem rio... aí olho e tem... eu quero dizer a você a verdade... eu te proponho... nada... a verdade é que... eu não sei por que te chamei aqui... acordei de manhã e tinha uma luz elétrica na minha mão... minha mão dava choque e o fone do telefone brilhava e minha mão foi atraída pelo fone e eu tinha que absolutamente te falar... eu tenho alguma coisa para te falar e eu não sei o que é... eu quero te falar uma coisa... mas não sei o que é... quero dizer tudo... quero que minha alma saia pela boca e eu fique estatelado morto aí no tapete feito um atropelado... nu... absolutamente visível... transparente... quero dizer tudo que eu posso para você... e... eu tenho de dar minha alma... que merda de porra de literatura escrota... mas eu não sei o que falar... eu quero..."
(Arnaldo Jabor in Eu sei que vou te amar)

Costumamos julgar roupas, comportamento, caráter - juízes indefectíveis que somos da vida alheia - mas é um atrevimento nos outorgar o direito de reconhecer, apenas pelas aparências, quem sofre e quem está em paz. A sua felicidade não é a minha, e a minha não é a de ninguém. Não se sabe nunca o que emociona intimamente uma pessoa, a que ela recorre para conquistar serenidade, em quais pensamentos se ampara quando quer descansar do mundo, o quanto de energia coloca no que faz, e no que ela é capaz de desfazer para manter-se sã. Toda felicidade é construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre nós, mas nos capturar, só com a nossa permissão."
(Martha Medeiros in A minha felicidade não é a sua)

"Não preciso saber. Entre todos os amantes há zonas de segredo necessárias, que também podem unir. Invadidas, talvez provocassem inúteis sofrimentos. Leva tempo aceitar isso sem mágoas."

(Lya Luft in O Silêncio dos Amantes)

Além da carne



Há qualquer coisa de misterioso para além da carne, irredutível pela carne. Talvez porque só se possui realmente dum ser aquilo de que se conseguiu impregná-lo, e o esforço que se faz para extrair da espessa crosta que é a carne, o místério do espírito que procuramos, não consegue mais que levar-nos de volta à posse de nós mesmos. Só os amantes sabem que possuir é apenas uma palavra, e nisso consiste o seu desespero.
(Mário Donato in Presença de Anita)

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Primeiro Olhar

"Lembro de tudo, desde o primeiro dia, o primeiro olhar. Uma vez alguém me disse que tudo já estava contido neste primeiro olhar, o amor, o encontro, o reencontro, a separação, o prazer, a dor, a vida e o ódio, tudo que está por vir já existe neste primeiro olhar, e depois apenas acontece. Não como um filme ou um conhecimento místico, não como um oráculo, apenas uma sucessão de fatos e certezas encadeadas. Então neste primeiro olhar eu soube tudo o que viria a partir dali, e tudo o que viria quando eu me aproximasse, e o amor surgisse e se estendesse e acabasse."

(Carola Saavedra, in Flores Azuis)

Tristeza

"Quanto mais ando, querendo pessoas, parece que entro mais no sozinho do vago..." - foi o que pensei na ocasião. De pensar assim me desvalendo. Eu tinha culpa de tudo, na minha vida, e não sabia como não ter. Apertou em mim aquela tristeza, da pior de todas, que é a sem razão de motivo; que, quando notei que estava com dor-de-cabeça, e achei que por certo a tristeza vinha era daquilo, isso até me serviu de bom consolo. E eu nem sabia mais o montante que queria, nem aonde eu extenso ia."

(Guimarães Rosa in Grande Sertão: Veredas)

Clarice pergunta a Hélio Pellegrino:


- O que é o amor?

- Amor é surpresa, susto esplêndido - descoberta do mundo. Amor é dom, demasia presente. Dou-me ao outro e , aberto à sua alteridade, por mediação dele, recebo dele o dom de mim, a graça de existir por ter-me dado.
(P.65)

Andei lendo uns livros da biblioteca do meu pai, achei "A Peste" de Albert Camus, que sempre tive vontade de ler, mas sempre o deixava na estante, então acabei pegando dessa vez, valeu a pena.

- Sabe, doutor , pensei muito em sua organização. Se não estou nela, é porque tenho as minhas razões. Quanto ao resto, creio que saberia ainda sacrificar a minha vida : fiz a guerra na Espanha.
- De que lado? - Perguntou Tarrou
- Do lado dos vencidos. Mas desde então, pensei um pouco
- Em quê ? - Insistiu Tarrou
- Na coragem. Agora sei que o homem é capaz de grandes ações. Mas se não for capaz de um grande sentimento, não me interessa.
- Temos a impressão de que ele é capaz de tudo - disse Tarrou
- Não. É incapaz de sofrer ou de ser feliz por muito tempo. Portanto, não é capaz de quase nada.
(Albert Camus in A Peste)




"Quando nos encontramos
Dizemo-nos sempre as mesmas palavras
que todos os amantes dizem...
Mas que nos importa que as nossas palavras
sejam as mesmas de sempre?
A música é outra!"

(Mario quitnana)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Estou cansada

"O mundo é pequeno demais. Estou cansada de tocar guitarra, fazer malha, passear, parir crianças. Os homens são pequenos e as paixões são curtas. Irritam-me as escadas, as portas, as paredes, irrita-me o dia-a-dia que interfere na continuidade do êxtase."
[Anais Nin in A Casa Do Incesto]

Minha tristeza


"Estou caindo numa tristeza sem dor. Não é mau. Faz parte. Amanhã provavelmente terei alguma alegria, também sem grandes êxtases, só alegria, e isto também não é mau. É, mas não estou gostando muito deste pacto com a mediocridade de viver".
(Clarice Lispector - A descoberta do mundo)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Só tristeza


Eu estou triste de uma tristeza absurda. Muito triste. Quase não dá pra suportar, mas dá. Eu nem choro porque é daquelas tristezas que o choro sai em berros e eu ainda estou na casa da minha mãe, não posso berrar assim, do nada. E nem resolveria. Nada resolve. Triste. Só isso. Ninguém vai morrer e nem eu.

(...)
Fico aqui, na minha catatonia de tristeza. Porque a tristeza, pra me desesperar mais ainda, não tem desespero. Ela é o que é. E as coisas sem desespero é que são verdadeiramente tristes.

(Tati Bernardi in Só tristeza)

Cobranças

Pedir um abraço, cobrar um beijo e exigir carinho não combinam com o amor. A cobrança aniquila com a possibilidade de oferecer e de receber o afeto. Como beijar depois de escutar "não me dás mais beijo"? Como transar depois de ouvir "não transas mais comigo"? O que é voluntário vai parecer obrigatório, o que é escolha vai parecer induzido, o que é vontade vai parecer condicionamento. Por que transformar a convivência em coleta de impostos? Será que não se está levando o trabalho para casa, a empresa para a casa, o demônio do cartão-ponto para dentro da carne? Qual é o prazer de pressionar, de impor resultados e regras, de controlar o que é para ser incontrolável? Por que difamar a única verdade que se tem?É fácil perguntar, difícil é ouvir a resposta sem se mexer, até o final. É fácil atacar para aumentar a culpa, difícil é compreender sem defesas. Cobrar afeto é pior do que agredir fisicamente. Incha mais do que um tapa na cara. É cortar as palavras mais do que os lábios. Assume-se a condição de credor, como se o amor fosse uma dívida. Assume-se uma posição superior em relação ao cobrado. Uma posição hierárquica, de chefe reivindicando o cumprimento dos prazos. Não se cobra o que é espontâneo. Entra-se no solo movediço e insano do recalque. O recalque é uma carência que não conversa mais. É uma carência arrogante, cleptomaníaca, que furta do amor para gastar com a solidão.Não estou me referindo ao ciúme. A cobrança por afeto não decorre do ciúme, da insegurança, mas se origina no excesso de segurança que beira o autoritarismo. Representa a posse, a mania totalitária de não permitir as imperfeições e desejos contrários. Ah, se a pessoa com quem amamos não está a fim de um beijo ela não me ama mais! Que exagero infantil. Toda hora se deseja ouvir 'eu te amo" como se o amor fosse chiclete para ocupar a boca. Talvez seja mais linguagem de sinais. Depende de reciprocidade, de atmosfera, do outro estar com a cabeça leve e descomplicada para fluir. Não depende só da gente. Nem sempre se está disposto a viver em voz alta. Há períodos destinados a sussurros e cochichos.Não se pode amar por caridade ou por orgulho, senão cobraremos. Assim como é necessário diferenciar a expectativa do amor, a euforia da alegria, a depressão da dor, pois são sentimentos bem diferentes.Deve-se tomar cuidado para que não seja criado dentro alguém que não existe fora. Ou criar fora alguém que não existe dentro. O amor não é versão de Windows que é atualizado a cada ano para girar mais rápido. O amor é lento mesmo.

[Fabrício Carpinejar]

O que eu quero?




"Sou a mulher mais cansada do mundo. Fico cansada assim que me levanto. A vida requer um esforço de que me sinto incapaz. Por favor passa-me esse livro pesado. Preciso de pôr qualquer coisa pesada sobre a cabeça. Necessito constantemente de pôr os meus pés sob almofadas para que consiga continuar na Terra. "


(Anais Nin in A Casa Do Incesto)

terça-feira, 19 de maio de 2009

...

"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.

De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.

Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu."

(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O Fantasma

"Sou o sonho de tua esperança
Tua febre que nunca descansa
O delírio que te há de matar."
(Álvares de Azevedo)

Deixa acontecer



"Afinal para que essa angústia de perguntas
sobre o que será e o que aconteceu?
Confiemos no destino que marcou nosso
encontro e, sem querer nos ouvir
te fez minha... e me fez teu..."
(J. G. de Araújo Jorge)

Foto:  Jacqueline Bisset e François Truffaut in A noite Americana


A lembrança dos teus beijos
Inda na minh'alma existe,
Como um perfume perdido,
Nas folhas de um livro triste.
Perfume tão esquisito
E de tal suavidade,
Que mesmo desapar'cido
Revive numa saudade

(Florbela Espanca)

Foi parte de nós

♪ Tudo que mais nos uniu separou
Tudo que tudo exigiu renegou
Da mesma forma que quis recusou
O que torna essa luta impossível e passiva ♪
♪ O mesmo alento que nos conduziu debandou
Tudo o que tudo assumiu desandou
Tudo o que se construiu desabou
O que faz invencível a ação negativa ♪
(Paulo César Pinheiro in Mordaça)

terça-feira, 12 de maio de 2009


“Só quem é capaz de enfrentar a solidão adquire a capacidade de ser. Se é possível enfrentar a solidão (ainda que como indesejável companheira), então adquire-se o direito de ser. Ser é adequar a vida às próprias características é libertar-se através da verdade interior. Libertar-se através da verdade interior é alcançar a coragem de ser”.
(Artur da Távola)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

"
Sonhei que você sonhava comigo. Parece simples, mas me deixa inquieto. Cá entre nós, é um tanto atrevido supor a mim mesmo capaz de atravessar – mentalmente, dormindo ou acordado – todo esse espaço que nos separa e, de alguma forma que não compreendo, penetrar nessa região onde acontecem os seus sonhos para criar alguma situação onde, no fundo da sua mente, eu passasse a ter alguma espécie de existência."

(Caio Fernando Abreu in Por trás da vidraça)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

"A vitória era sua, toda sua, porque Artur, sozinho entre todos os homens da Dumnonia e Gwent, possuíra a confiança para a batalha. A batalha não acontecera como Artur planejara;
(...)
mas ainda assim era uma vitória, e fora alcançada apenas por uma coisa: a coragem de Artur em lutá-la. Merlin interviera, claro, mas o druida jamais reivindicou a vitória. Ela era de Artur e, ainda que na época Artur tenha se enchido de recriminações, foi o vale do Lugg, a única vitória que Artur sempre desprezou, que o transformou no governante final da Britânia. O Artur dos poetas, o Artur que cansa a língua dos bardos, o Artur por cujo retorno todos os homens rezam nestes dias sombrios, tornou-se grande por aquela carnificina confusa."
(Bernard Cornwell in O Rei do Inverno, as crônicas de Artur, vol 1)

Quando me lembro
esse sabor que tinha a tua boca...
o eco dos teus passos
o teu riso de fonte
os teus abraços...
Os teus beijos
a tua mão na minha...

Onde Anda Você

♪ E por falar em saudade
onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou louco de tanto prazer ♪
♪ E por falar em beleza
onde anda a canção
Que se ouvia na noite dos bares de então
Onde a gente ficava,
onde a gente se amava
Em total solidão ♪
♪ Hoje eu saio na noite vazia
Numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares,
que apesar dos pesares,
Me trazem você ♪
♪ E por falar em paixão,
em razão de viver,
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares,
na noite, nos bares
A onde anda você? ♪
(Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes / Hermano Silva)


Sempre gostei desse poema, mas não lembrava mais dele, encontrei-o remexendo em antigos cadernos escolares...
 

O amor, quando se revela,
não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
mas não lhe sabe falar.


Quem quer dizer o que sente
não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente.
Cala: parece esquecer.

Ah, mas se ela adivinhasse,
se pudesse ouvir o olhar,
e se um olhar lhe bastasse
pra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
quem quer dizer quanto sente
fica sem alma nem fala,
fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
o que não lhe ouso contar,
já não terei que falar-lhe
porque lhe estou a falar...
[Carlos Drummond de Andrade]

Foto: James McAvoy e Anne Hathaway in Amor e Inocência

terça-feira, 5 de maio de 2009

 
“(...) Hoje estou melancólica e suspirosa, choveu muito, a água invadiu este porão de lembranças, bóiam na enxurrada a caminho do rio. Deixo que naveguem, pois não as perderei. O rio é dentro de mim”.
(Adélia Prado)


Não há sofrimento igual à lembrança do amor e a consciência de que ele se foi para sempre. Até em sonhos eu nunca mais vi seu rosto outra vez, embora o desejasse, e percebi afinal, que era melhor assim, pois do contrário viveria o resto de minha vida sonhando...
(Morgana in As brumas de Avalon de Marrion Zimmer Bradley)

Caçador


" Feito Quinca Cigano, eu também só tenho caçado brisas e tristezas"

(Rubem Braga)

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