quinta-feira, 15 de maio de 2008

Ontem eu chorei

Ontem, eu chorei.
Voltei pra casa, fui pro meu quarto, sentei na beira da cama,
chutei os sapatos, desabotoei o sutiã
e caí no choro.
Quero que vocês saibam que
eu chorei até meu nariz escorrer molhando a blusa de seda que comprei na liquidação.
Chorei até minha cabeça doer tanto,
que eu mal via a pilha de lenços de papel no chão aos meus pés.
Quero que vocês saibam
que ontem eu chorei pra valer.
Ontem, eu chorei
por todos os dias em que estive ocupada demais, ou cansada demais, ou com raiva demais pra chorar.
Chorei por todos os dias, por todas as formas e por todas as vezes em que desorei, desrespeitei e desliguei meu EU de mim mesma.



Mas meu Eu se refletiu de volta pra mim quando os outros fizeram comigo as mesmas coisas que eu já fizera comigo mesma.
Chorei por todas as coisas que me foram roubadas;
por todas as coisas que eu pedi e que não consegui receber;
por todas as coisas que, depois de conquistar, eu dei a outras pessoas em circunstâncias que me deixaram vazia, gasta e exaurida.
Chorei porque realmente chega um momento em que a única coisa que nos resta é chorar.
Ontem, eu chorei.
(...)
Ontem eu chorei.
Chorei porque feri alguém. Chorei porque fui ferida.
Chorei porque a ferida não tem pra onde ir senão até o mais fundo da dor que a causou,
e quando chega lá ela acorda você.
Chorei porque era tarde demais. Chorei porque tinha chegado a hora.
Chorei porque minha alma sabia que eu não sabia
que minha alma sabia tudo que eu precisava saber.
Chorei um choro espiritual ontem, e esse choro me fez muito bem.
E me fez muito, muito mal.
Em meio ao meu choro, senti minha liberdade vindo,
Porque
Ontem eu chorei sobre cada momento da minha vida".
(Iyanla Vanzant in 'Ontem, eu chorei')

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