terça-feira, 23 de junho de 2009


Olha pro céu, meu amor

Vê como ele está lindo
Olha praquele balão multicor
Como no céu vai sumindo
Foi numa noite, igual a esta
Que tu me deste o teu coração
O céu estava, assim em festa
Pois era noite de São João
Havia balões no ar
Xóte, baião no salão
E no terreiro
O teu olhar, que incendiou
Meu coração.
(Luíz Gonzaga in Olha pro céu. Composição: Luiz Gonzaga / José Fernandes)

quarta-feira, 10 de junho de 2009


Poema que a Willow escreveu nas costas da Tara em Restless, da poetisa lésbica Safo
fr. 1 V:


Imortal de colorido trono, Afrodite,
filha de Zeus, ardilosa, suplico-te,
não me submetas com gemidos nem angústias,
senhora, o coração.
Mas vem cá, se uma vez
os meus lamentos ouvindo de longe
atendias e, deixando do pai o palácio


dourado, vieste
com a carruagem atrelada: belos te conduziam
ligeiros pardais ao redor da terra negra,
espessas asas agitando do alto,
pelo meio do céu
depressa avançavam. E tu, ó bendita,
sorridente com a imortal face
perguntaste por que sofri
por que chamei
e o que, mais que tudo, quero cultivar
no meu louco coração: "quem, desta vez, pela persuasão
buscas conduzir para tuas relações mais íntimas? Quem,
ó Safo, te faz sofrer?
Pois se foge, rapidamente perseguirá.
Se nem presentes aceitava, logo dará.
E se não ama, rapidamente amará
mesmo não querendo.
Vem até mim também agora, alivia a penosa
aflição e quanto cumprir
meu coração deseja, cumpre: tu, assim,
sê minha aliada
[Poema do episódio Restless 4.22 in Buffy the vampire slayer]

Foto : Alyson Hannigan e Amber Benson como Willow e Tara in Buffy, a Caça Vampiros, ep 4.22

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Cansei


"A verdade é que me enchi, De você, de nós, da nossa situação sem pé nem cabeça. Não tem sentido continuarmos dessa maneira. Eu, nessa constante agonia o tempo todo imaginando como você vai estar. E você, numas horas doce, noutras me tratando como lixo. Não sou lixo. Tampouco quero a doçura dos culpados, artificial como aspartame.Fico pensando como chegamos a esse ponto. Não quero mais descobrir coisas sobre você, por piores ou melhores que possam ser.Assim, chega. Chega de brigas, de berros, de chutes nos móveis. Chega de climas, de choros, de silêncios abismais. Para quê, me diz? O que, afinal, eu ganho com isso? A companhia de uma pessoa amarga, que já nem quer mais estar ali, ao meu lado, mas em outro lugar?Sinceramente, abro mão. Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando.Bom é isso, se agora isso ainda me causa alguma tristeza, tudo bem. Não se expurga um câncer sem matar células inocentes..."

(Fernanda Young)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

"O medo começa a diminuir quando somos olhados nos olhos. A psicologia nos ensina quando somos olhados do jeito certo cresce em nós a crença em nós mesmos. O olhar é o lugar da nossa segurança. Se no medo não temos ao nosso lado quem nos ama, ou a quem olharmos, tudo se torna difícil. Isso que fascinava em Jesus. Não era apenas a força de um argumento, de uma pregação. Mas pela força de um olhar Ele penetrava na pessoa e vivia o mesmo tempo que ela.

Amar é viver o tempo do outro.

A gente diminui o medo quando entramos no tempo do outro.Você está devagar e com medo.
Alguém segura na sua mão e diz: “Não se preocupe, estarei ao seu lado.” E você fala: “Mas você não tem que ir?” E ouve: “Tenho que ir, mas decidi ficar com você”. Essa pessoa aceitou sua lentidão e não dispensou você.
Na correria ninguém vai encontrar o outro. Ninguém vai livrar-se dos medos. Jesus quando passava transformava o tempo das pessoas.
(...)
Quando me deparo com meus limites e às vezes não consigo mudá-los, posso olhar pra eles de forma diferente. Quantos de nós tem medo de mudança? Muitas vezes porque não sabemos encarar as mudanças. Mas se nesses momentos tem alguém junto com você, o medo diminui.

(...)

Nós não nascemos para o fracasso. Ser feliz é urgente.
Olha para o projeto inicial. O momento que Deus colocou nas suas mãos, o projeto que Ele quer que você seja. Na preguiça você não chega lá. É preciso empenho! Não simplifique o projeto, peça para Deus força para chegar até lá. Não tenha medo do processo e do projeto inicial. Corra atrás daquilo que é santo e honesto e você vai purificar sua vida e seu coração aos poucos.

A gente vence dando passos.

Quantas vezes precisamos do tombo para voltar ao nosso lugar? Quantas vezes usamos das futilidades da vida? Isso não agrega nada em nós! Não nos faz avançar em nada no processo.

(...)
Religião não é um conjunto de regras, mas é o olhar de Deus fixo em nós, nos oferecendo a vitória. Pra gente chegar a ela basta ter coragem de se erguer, olhar nos olhos daquele que nos ama, desse Jesus que amou a tantos, e passa pela sua vida mais uma vez ou pela primeira, para te convencer que muita coisa precisa ser buscada e que você não precisa ser refém dos medos. E que hoje você pode se transformar numa pessoa nova pela força do olhar de Cristo que nos diz que tudo podemos n'Ele que nos fortalece. Que nós tudo podemos se nossos olhos estiverem fitos n'Ele.A fraqueza se transforma em força assim. Coloque os seus olhos nos olhos de Jesus. Quando a fé que eu tenho em Deus se revela em mim, eu tudo posso. Mesmo quando tudo parece nublado e o coração só chora. Esse processo é lento, mas ele chega! Não vamos desistir!
Peça para que Deus lhe dê coragem..."
(Pe. Fábio de Melo)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Eu ainda o amava


"Mesmo assim eu não esquecia dele. Em parte porque seria impossível esquecê-lo, em parte também, principalmente, porque não desejava isso. É verdade, eu o amava. Não com esse amor de carne, de querer tocá-lo e possuí-lo e saber coisas de dentro dele. Era um amor diferente, quase assim feito uma segurança de sabê-lo sempre ali"
(Caio Fernando Abreu in O ovo apunhalado)

Duas vezes eu quase morri de saudades de você. Uma quando eu vi Closer e lembrei que o amor, como deveria, não existe. E outra quando escutei sem esperar “Quem te viu, quem te vê” e lembrei que você era um pedaço charmoso de tudo o que o mundo e a vida têm de mais charmoso. Doeu lembrar ou aceitar que esse pedaço não existe mais nem no predinho azul e nem no sofá azul. Neste dia você finalmente morreu, e eu chorei de luto sem teatro, de luto não atual, de resto de luto. De um luto morto. Você namora, casou, sei lá, com a menina de bolsas e saias bonitas que não tem cara de louca. E essa é a minha vingança, porque eu sei que você é mais feliz sem loucura, mas a felicidade e a normalidade não existem. Eu ainda acho que a gente tinha alguma verdade que faz você, nem que seja a cada 100 anos, arranhar um Chico Buarque em meu luto. Um luto cheio de vida. Vez ou outra chegam aqueles seus emails que você responde por educação e são cheios de frases quase íntimas envoltas pela maior frieza do mundo. É como se a cada letra você reafirmasse que somos amigos cheios daquela inteligência de camaradas descolados e bem resolvidos que, como tudo na vida que ainda respira e tem cor, seguiram em frente. Sim, somos isso mesmo, claro. Mas eu caguei para tudo isso e fico com o seu abraço naquele fim de festa estranho em que você foi o dj e, para a minha surpresa, me fez matar a saudade do meu mundo. Eu fico com as danças que sem nenhum medo das críticas eu improvisei para o nosso espaço no universo. Dancei como uma bailarina que volta a funcionar milagrosamente, e pela última vez, numa caixinha de música quebrada. Eu fico para sempre com o que você plantou em mim, essa erva do mal. Você sabia que me tornei uma mal-humorada-pseudo- intelectual totalmente insuportável e crítica? Você ao menos era culto de verdade. Você está bem onde está, eu estou bem onde estou. Mas, como aconteceu naquele dia na praia, em que eu passei indo com meu novo amor e cruzei você vindo com seu novo amor, não tem como a gente não olhar para trás.

[Tati Bernardi in João e (a vellha) Maria]

Foto: Bridget Moynahan e Chris Noth (Natasha e Mr. Big) & Sarah Jessica Parker e John Corbett (Carrie e Aidan) in Sex and the City ep. 39

Amor e ódio

"Ah, como o amava! Odiava-o ao mesmo tempo, porque ele a possuía de olhos abertos, curioso, surpreendendo-lhe a vertigem em que se debatia, os lábios fortemente cerrados, como para segurar uma gargalhada. Temia que, vendo-lhe o gozo intenso estampado no rosto, um dia ele risse de sua embriaguez."
(Mário Donato in Presença de Anita)


"O importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam."

(Guimarães Rosa)

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