segunda-feira, 21 de março de 2011

"O homem que acreditava abriu todas as janelas para o dia azul brilhante. 

Respirou fundo, sorriu."

[Caio Fernando Abreu

domingo, 20 de março de 2011

"O amor tem uma consciência louca do futuro, de fazer passado com o futuro. A paixão vive fora do tempo. O amor vive no tempo porque deixa rastros. Paixão se esquece, e amor nem enterrando acaba."
[Fabrício Carpinejar]

Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o sono profundo das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes.

[Adélia Prado]

"Se não vos vejo
Vos sinto por toda parte..."


[Hilda Hilst]

sexta-feira, 18 de março de 2011

Hoje é aniversário do Poeta e Político Brasileiro, Ronaldo Cunha Lima, que foi Governador da Paraíba, Senador da República e Deputado Federal. Particularmente eu me prendo mais a seus versos e poesias, principalmente a Petição escrita em  versos que é intitulada de 'Habeas Pinho' e aqui na Paraíba está espalhada em diversos escritórios de advocacia. Para que vocês leiam:

Habeas Pinho
  
Na Paraíba, alguns elementos que faziam uma serenata foram presos. Embora liberados no dia seguinte, o violão foi detido. Tomando conhecimento do acontecido. o famoso poeta e atual senador Ronaldo Cunha Lima enviou uma petição ao Juiz da Comarca, em versos, solicitando a liberação do instrumento musical.  

Senhor Juiz. 
Roberto Pessoa de Sousa 
  
O instrumento do "crime"que se arrola 
Nesse processo de contravenção 
Não é faca, revolver ou pistola, 
Simplesmente, Doutor, é um violão. 
  
Um violão, doutor, que em verdade 
Não feriu nem matou um cidadão 
Feriu, sim, mas a sensibilidade 
De quem o ouviu vibrar na solidão. 
  
O violão é sempre uma ternura, 
Instrumento de amor e de saudade 
O crime a ele nunca se mistura 
Entre ambos inexiste afinidade. 
  
O violão é próprio dos cantores 
Dos menestréis de alma enternecida 
Que cantam mágoas que povoam  a vida 
E sufocam as suas próprias dores. 
  
O violão é música e é canção 
É sentimento, é vida, é alegria 
É pureza e é néctar que extasia 
É adorno espiritual do coração. 
  
Seu viver, como o nosso, é transitório. 
Mas seu destino, não, se perpetua. 
Ele nasceu para cantar na rua 
E não para ser arquivo de Cartório. 
  
Ele, Doutor, que suave lenitivo 
Para a alma da noite em solidão, 
Não se adapta, jamais, em um arquivo 
Sem gemer sua prima e seu bordão 
  
Mande entregá-lo, pelo amor da noite 
Que se sente vazia em suas horas, 
Para que volte a sentir o terno acoite 
De suas cordas finas e sonoras. 
  
Liberte o violão, Doutor Juiz,  
Em nome da Justiça e do Direito. 
É crime, porventura, o infeliz 
Cantar as mágoas que lhe enchem o peito? 
  
Será crime, afinal, será pecado, 
Será delito de tão vis horrores, 
Perambular na rua um desgraçado 
Derramando nas praças suas dores? 
  
Mande, pois, libertá-lo da agonia 
(a consciência assim nos insinua) 
Não sufoque o cantar que vem da rua, 
Que vem da noite para saudar o dia. 
  
É o apelo que aqui lhe dirigimos, 
Na certeza do seu acolhimento 
Juntada desta aos autos nós pedimos 
E pedimos, enfim, deferimento. 

O juiz Roberto Pessoa de Sousa, por sua vez, despachou utilizando a mesma linguagem do poeta Ronaldo Cunha LIma: o verso popular. 
 
Recebo a petição escrita em verso 
E, despachando-a sem autuação,  
Verbero o ato vil, rude e perverso,  
Que prende, no Cartório, um violão. 
  
Emudecer a prima e o bordão, 
Nos confins de um arquivo, em sombra imerso, 
É desumana e vil destruição 
De tudo que há de belo no universo. 
  
Que seja Sol, ainda que a desoras, 
E volte á rua, em vida transviada,  
Num esbanjar de lágrimas sonoras.  
  
Se grato for, acaso ao que lhe fiz, 
Noite de luz, plena madrugada,  
Venha tocar á porta do Juiz.

quinta-feira, 17 de março de 2011


"Eu não quero que você seja eu.
Eu já tenho a mim.
O que quero é que você chegue com
seu poder de chegar e de me
devolver pra mim.

Que você chegue com seu dom de também
me fazer chegar perto de mim.
Para me fazer ver o que sou
e que só você viu.

Para eu ser capaz de amar também
o que só você amou.
Eu não quero que você seja 
igual a mim.
Eu já tenho a mim.

Não quero construir uma casa de espelhos
que multiplique minha imagem
por todos os cantos.
Quero apenas que você me reflita
melhor do que julgo ser".

[Pe Fábio de Melo]

quarta-feira, 16 de março de 2011


Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem não tem o que perder. Como quem não aposta. Como quem brinca somente. Vai, esquece do mundo. Molha os pés na poça. Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você. Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça. Não espere. Promessas vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer. Sonhos se realizam, ou não. Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe, menina: É o quão isso te faz sorrir. E só.


[Autor Desconhecido]

domingo, 13 de março de 2011

"Eu tive tantos meio-dias e sabia tanto sobre ela e não perguntei seu nome, número ou endereço. Viver é feito de instantes, e não vive quem hesita por muitos segundos, sob pena de colocar a perder tudo que não ganhou. O que poderia ser uma nova história, não passou da continuação de algum capítulo enrolado e chato. Então quem sabe um dia. Vou continuar esperando alguma coisa dos meus dias, rezando contra essa minha inércia. Os dias vão passar, mas não vou me esquecer de ainda querer escutar aquele riso."

[Gabito Nunes in Pergunte ao guarda-pó]

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