sábado, 31 de agosto de 2013


Hoje, quero ser o meu melhor encontro de Amor, deitado no meu abraço mais gostoso a me envolver macio como cetim e enfeitar de sereno e cuidados minha própria Alma. Porque algo aqui dentro me convida a despedir tristezas como quem lava as mãos no rio do tempo, cantarolando baixinho música a me lembrar de infância. Hoje, namoro silêncios para com carinho consertar meu vaso rachado de esperanças e acreditar mais em mim. É hora de vestir levezas, convidar a Vida para dançar ciranda e me crer amada pelos amanhãs. Algo nessa noite tece mistérios que descortinam a Alma feito mágica, a me trazer sensação de surpresa boa, como a delícia de um sorriso de criança que se encantou com o truque de tirar o melhor suspiro da cartola. Hoje é dia de espalhar sementes sem precisar sair do lugar. De plantar um pé-de-sol dentro do peito e respirar macio. Hoje é dia de saber o tamanho das próprias asas.
É dia de adormecer os medos e desempoeirar verdades, exercitando coragens pra desatar nós em laços que não mais enfeitam, e dissolver mágoas no perdão-de-si. Sou, antes de mim, um ser inacabado que existe sendo, frase de inspirações passadas a viver um presente sem rosto, mas que quer sorrir. Para além das marés que sinto entre as noites e tempestades, eu sou o meu próprio farol. Sou antes de ser flor, plantação. Antes do amanhecer, meu próprio sol. Sou a promessa da semente e preciso me pertencer toda e inteira antes, para poder me saber depois. Sou a lenta despedida do que não me pertence mais. Eu sou um delicioso plural de mim.

[Lilian Vereza e Guilherme Antunes]
Img: Keira Knigtley in Desejo e Reparação

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