terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O amor transforma. [F.C]

Dizem que o amor acaba, termina. Mas não é verdade. Nada acaba, tudo muda, continua e se transforma. (…)
Depois da nossa fuga de casa, vem o nosso medo, e a nossa coragem, e o salto sem rede que tantas vezes se chama amor… Vi você indo embora, sendo levada de diferentes formas, tantas e tantas vezes.
E depois vi você voltando…
E no fundo dos seus olhos, como num rio, tudo o que a gente não tinha vivido.

O que tinha sido vivido, o que tinha ficado para trás, tudo, era parte de uma mesma história, de uma mesma vida, de um mesmo sentimento: amor. E foi então que eu vi nós dois, juntos, cruzando a fronteira.

Como se um tivesse alcançado a outra margem de um rio. O rio que a gente se amou pela primeira vez, mas sempre um rio. É porque naquele momento eu precisava ser forte, finalmente sem escapes, eu consegui atravessar aquele rio eterno.
Como se num instante eu tivesse vivido todos os anos que ainda estavam parados em mim, me esperando, do outro lado da fronteira que sem perceber que nos já tínhamos cruzados.
Um infância compartilhada, uma adolescência truncada, uma juventude não vivida. E do lado de cá, dois adultos maduros, finalmente libertos daquele fardo pesado feito de lembranças, de sonhos antigos.
Porque há novos sonhos do lado de cá da fronteira!
E agora podemos viver.

[Final da novela: A Vida da Gente]

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