segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O meio não teria sido tão bonito, se o início tivesse sido de outra forma. Tivesse sido o que não foi o fim.
Da minha parte, estou saindo com todas as respostas em seus devidos lugares, exatamente da forma que eu imaginei. Aprendi que, às vezes, precisamos sem remorso algum (eu falo por mim), renunciar, desistir de prolongar, silenciar antes que seja tarde demais, antes que a falta vire dor.
Quero que você saiba (e eu lhe dei esse direito) que essa é a mais importante decisão que eu assumi nos últimos tempos, nos últimos meses, nas prolongadas semanas até aqui.
Depois de perceber (com mais sensibilidade) os sinais que a vida me enfiava goela abaixo, sem postergar, passei a investir mais na calmaria daquilo que realmente importa, daquilo que realmente faz a diferença. A minha busca, moço, é por aquilo que me provoca um novo olhar sobre as minhas escolhas e as consequências que - inevitavelmente - terei de pagar por cada uma delas.
De forma alguma isso será tratado como um fardo ou coisa do gênero. Me responsabilizo de abrir mão, de chorar no sofá, de me consolar nos braços de outro, de me superar, de lidar com minhas crises, de me enfrentar com maturidade, de não me machucar com tanto afinco como miseravelmente ando fazendo, de provar para mim mesma que a cada ano eu me sinto mais segura, mais dona de mim, mais alguma coisa que me conforta.
Passei a me envolver menos com as ausências quando percebi que o essencial (aos meus olhos) estava justamente naquele cheiro de abraço que nada pede em troca, sem subserviências, mas por escolha mesmo. Precisei me desvencilhar de cicatrizes do passado para só então me conectar com quem realmente está em sintonia comigo, aqui, neste presente que me convida para dançar, de par. A minha bandeira é da reciprocidade e da inteireza-do-instante, que eu tanto acredito.
Pois saiba, moço, foi lindo o nosso encontro, o primeiro, o segundo e todos aqueles que tivemos a chance de transbordar. Sem sufocar um riso sequer, você fará parte do álbum mais bonito da minha história, afinal, só eu sei a paz que era amanhecer - aninhada naquela respiração serena - no teu braço, na tua barba, de mãos contigo. E aquele lugar definitivamente me bastava. Mas eu também tive a chance de mais uma vez entender que amor não se pede e eu, mais do que ninguém, não tenho esse direito. Ninguém tem.
Aqui expresso minha gratidão por tudo o que tive a chance de ser ao teu lado. Minha mais profunda gratidão pela mulher que me transformei depois de ti.

[Bibiana Benites]

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