quinta-feira, 8 de dezembro de 2016



"Nosso discurso já possuía uma memória nostálgica e éramos perfeitos em nossos silêncios.
Dois ou três jantares e não sabíamos explicar como tínhamos vivido tanto tempo separados. Nosso espaço era temporal. Fragmentos do tempo e pedaços da vida entre taças de vinho e rodelas de pães que devoraríamos com a fome dos que amam.
As coisas a nossa volta pareciam estar sempre nascendo e todas as histórias pareciam ser iguais: sem princípio e sem fim. Antes de questionarmos todas essas coisas, antes das escolhas, do acaso, da aprendizagem… já estávamos lá, dentro do sonho.
E era confortável estar dentro do sonho com os dias futuros enfileirados a nossa volta.
Ele demonstrava gostar e ria um riso miúdo. A felicidade é assim miúda, cravada na retina dos olhos, feito jóia.
Nunca mais queria sair daquele planeta.
Nunca mais queria caminhar por ruas de pedras duras.”

[Edgar Cézar Nolasco in Claricianas]

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