segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Nós

O que restou de nossa história? Duas sombras separadas que não trocam nem mesmo olhares fugazes. Duas flores murchas dentro de um mesmo vaso. Te vejo ali, sentada na escuridão de nossas mentiras, com a cabeça enterrada nas mãos. Enquanto isso, cá estou eu, no outro pólo, fazendo vista grossa a tudo aquilo que nos roeu…Andávamos em direções opostas, sem nos darmos conta. No entanto, não sinto mais vontade de falar dos erros. Além de desgastante, é inútil e sem sentido. Nossos passos não iam no mesmo ritmo; nossos olhares vislumbravam horizontes distintos; nossas palavras não ecoavam no ouvido do outro. Hoje, quero palavras que façam eco, quero alguém que se perca comigo entre montanhas e manhãs, alguém que me queira sem fim, alguém com quem eu posso dividir as sombras, os pingos de chuva. Confesso que, às vezes, pareço ouvir teus olhos. Se piscar o olho posso quase te sentir. Ver teu fantasma extraviado, desnorteado, rondando. Contudo, és estranha a meu coração. O nosso amor morreu. E quem se atreveria a dizê-lo?”

(. Igor T. Bandeira in Dias de Chuva)

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