quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

...Primeiro, a beleza pura rompendo o céu de verão, esse temor respeitoso que toma conta do coração, sentir-se tão irrisório no próprio centro do sublime, tão frágil e tão repleto da majestade das coisas, siderado, agarrado, radiante pela munificência do mundo.
(…)
Depois, como as lágrimas, às vezes, quando são redondas, fortes e solidárias, deixam atrás de si uma longa praia lavada de discórdia, a chuva, no verão, varrendo a poeira imóvel é para a alma das criaturas como uma respiração sem fim.
Assim, certas chuvas de verão se implantam em nós como um novo coração que bate em uníssono com o outro.

[Muriel Barbery in A elegância do ouriço]



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