terça-feira, 22 de junho de 2010
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quarta-feira, 16 de junho de 2010
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sábado, 12 de junho de 2010
Não namora quem cobra, nem quem desconfia. Namora, quem lê nos olhos e sente no coração as vontades saborosas do outro. Namora, quem se embeleza em estado de amor.
Namora, quem suspira, quem não sabe esperar, mas espera.
Namora, quem se sacode de taquicardia e timidez diante da paixão.
Namora, quem ri por bobagem, quem sente frios e calores nas horas menos recomendáveis.
Não namora quem ofende e transforma a relação num inferno, ainda que por amor.
Amor às vezes entorta, sabia?
Namorados que se prezam têm a sua música e não temem se derreter quando ela toca.
Ou, se o namoro acabou, nunca mais dela se esquecem.
Namorados que se prezam gostam de beijo, suspiro, mordem o mesmo pastel, dividem a empada, bebem no mesmo copo. Apreciam ternurinhas que matam de vergonha fora do namoro ou lhes parecem ridículas nos outros.
Por falar em beijo, só namora quem beija de mil maneiras e sabe cada pedaço e gostinho da boca amada. Namora, quem começa a ver muito mais no mesmo que sempre viu e jamais reparou.
Flores, árvores, a santidade, o perdão, Deus, tudo fica mais fácil para quem de verdade sabe o que é namorar. Por isso só namora quem se descobre dono de um lindo amor.
Namora, quem diz: "precisamos muito conversar" e quem é capaz de perder tempo, muito tempo, com a mais útil das inutilidades e pensar no ser amado, degustar cada momento vivido e recordar palavras, fotos e carícias com uma vontade doida de estourar o tempo e embebedar-se de flores astrais. Namora, quem fala da infância e da fazenda das férias, quem aguarda com aflição o telefone tocar e dá um salto para atendê-lo antes mesmo do primeiro "trim".
Namora, quem namora, quem à toa chora, quem rememora, quem comemora datas que o outro esqueceu. Namora, quem é bom, quem gosta da vida, de nuvem, de rio gelado e parque de diversões. Namora, quem sonha, quem teima, quem vive morrendo de amor e quem morre vivendo de tanto amar.
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sexta-feira, 11 de junho de 2010
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quarta-feira, 9 de junho de 2010
1- Sabem qual foi o lance mais bonito da Copa?
2- Qual? Qual? Já sei, aquele gol do Argentino de fora da área...
1- Nada disso: tem sido o olhar de ternura do William Bonner para a mulher nas despedidas do Jornal Nacional.
Levo logo uma vaia. Ninguém me compreendeu. Até de piegas me chamaram, em gozação. Calo-me, então, a ponto de os demais depois até repararem. Invento, então, um compromisso e saio antes do fim do papo. A pensar:
Já sei o que os incomodou: a palavra ternura. O mundo anda precisado de ternura e as pessoas têm medo de demonstrar sentimentos. Mas isso é uma bobagem. Ternura ninguém manifesta sem sentir. É necessário que venha de dentro. É o mais leal dos sentimentos. Ternura não se manifesta: sente-se.
Um marido distante quilômetros e um tempão longe da mulher que ama, vê-la na madrugada e no frio a trabalhar com afinco, mesmo sendo discreto e polido como o Bonner, sabe que ela é mãe de seus trigêmeos e dia desses até se preocupou em dizer que lá estava frio como a significar: “Vê lá se vai pegar uma gripe. Amanhã venha mais agasalhada.” D’outra feita, havia uma festa dos brasileiros entrando pela madrugada no Hotel e ela encerrava a sua reportagem do lado de fora. Discreto como sempre, ele quase perguntou: “Você vai à festa? (Ou vai dormir, deve ter pensado e calou?) “Nada de festa, ouviu Madame?” Também esta frase não pronunciou. Mas sentiu o ciuminho e o transmitiu subjetivamente.
Posso pensar que nós cronistas vemos coisas que os demais não percebem e até desdenham e por vezes eu sei que vivemos nos demais as emoções que estão a pulular dentro de nós. Pode ser. Há tanta artificialidade na televisão que aquilo poderia ser combinado. E concluo: poderia ser, porém não é! O rapaz não é ator. Quando a casa deles foi invadida por bandidos, todos ameaçados, ele foi valente defensor da família. Arriscou a vida. Do lado de lá (Alemanha) a Fátima é ainda mais encabulada, e parece uma menina a disfarçar ao receber uma cantada. Mesmo do marido.
Ora, conclui o velho cronista: receber diante de 60 ou 70 milhões de brasileiros uma declaração de amor através do olhar terno e saudoso do marido é a glória para qualquer uma. Sinal de merecimento. Fico com a minha conclusão: os meus amigos de boteco deram-me um fora errado. Piegas uma ova: poeta.
Salve o olhar de ternura de um homem por sua mulher, a saudade verdadeira e o cuidado com ela. É sinal de esperança, de amor e de vida.
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E foi assim que terminou.
Contudo não há um dia em que eu não pense naquela paixão.
Acho que eu estava tão cega que ignorei todos os indícios do passado dele.
Vivo imaginando o que teria acontecido se não o tivesse visto naquela manhã...
Dois anos depois eu o vi mais uma vez.
Sei lá.
Talvez alguém da planície como eu não possa viver nas alturas.
Talvez não tivesse sido possível manter o que tínhamos.
Talvez.
Bem, é isso que eu digo a mim mesma.
[Heather Graham como Alice in Mata-me de Prazer]
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não quero saber quantas namoradas
que eu não descobri
silêncios e desvios que não percebi
nem quero saber
sobre aquele fim-de-semana que não te vi
do teu pouco caso com o meu sofrimento
de nenhum movimento a meu favor
de nenhum amor que eu me lembre
não quero saber
quantas mentiras pra me acalmar
quantos mares a navegar sem mim
que fim deram aqueles retratos
se aquele abraço era mesmo assim
não quero saber
quantos meses você me deixou
a delirar e quantos presentes me deu
sem escolher e quantos beijos foram dados
por dar
não quero saber dos requintes
da crueldade nem do momento
fatal
o que não se sabe
não faz mal
[Martha Medeiros in Poesia Reunida]
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terça-feira, 8 de junho de 2010
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segunda-feira, 7 de junho de 2010
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sábado, 5 de junho de 2010
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terça-feira, 1 de junho de 2010
Dilacerando felicidades de mentira, desconstruindo tudo o que planejei, abrindo todas as janelas para um mundo deserto.
É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias, me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos, ilumina o corredor por onde passo todos os dias.
É agora que quero dividir maças, achar o fim do arco-íris, pisar sobre estrelas e acordar serena.
É para já que preciso contar as descobertas, alisar seu peito, preparar uma massa, sentir seus cílios.
“Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje?”
Não quero saber de medo, paciência, tempo que vai chegar.
Não negue, apareça. Seja forte.
Porque é preciso coragem para se arriscar num futuro incerto.
Não posso esperar. Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes. Sem esperas, sem amarras, sem receios, sem cobertas, sem sentido, sem passados.
É preciso que você venha nesse exato momento.
Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha.
Quero dividir meus erros, loucuras, chocolates...
Apague minhas interrogações. Por que estamos tão perto e tão longe?
Quero acabar com as leis da física,
Não nego. Tenho um grande medo de ser sozinha. Não sou pedaço. Mas não me basto.
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